domingo, 3 de outubro de 2010

Eleições 2010: Chegou a hora da verdade!

Durante três meses, os brasileiros conviveram com santinhos, bandeiras, carros de som e cartazes dos cerca de 22,5 mil candidatos que disputam os 1.682 cargos disponíveis no País. Neste domingo (3), os 135.604.041eleitores brasileiros vão às urnas dar os seus veredictos e escolher o novo ocupante do Palácio do Planalto, cargo que desde 2003 é exercido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Estão em disputa ainda 54 das 81 cadeiras do Senado, 26 governadores de estado, além do Distrito Federal, e 513 vagas na Câmara dos Deputados. Há ainda outras 1.059 vagas nas assembleias legislativas de todo o País. Em Pernambuco, 6.259.850 votantes escolherão quem governará o Estado pelos próximos quatro anos, bem como dois senadores, 25 deputados federais e 49 estaduais. Na disputa pernambucana, o governador Eduardo Campos (PSB) chega ao dia do pleito com uma larga vantagem, na sua tentativa de reeleição. Durante os 90 dias de campanha, ele se manteve à frente dos adversários: Jarbas Vasconcelos (PMDB), Sérgio Xavier (PV), Edilson Silva (PSol), Jair Pedro (PSTU), Roberto Numeriano (PCB) e Fernando Rodovalho (PRTB). De acordo com a última pesquisa publicada pela Folha de Pernambuco em parceria com UFPE/NEPD/APIS, publicada na quinta-feira, o socialista aparecia com 65% dos votos contra 16,2% de Jarbas, 2,% de Edilson Silva. Os votos em branco e nulos eram 5,8%, e 9,5% dos eleitores estariam indecisos. Os demais candidatos não alcançaram 1%. Eduardo Campos conseguiu montar o maior palanque desta campanha. A coligação Frente Popular de Pernambuco, encabeçada por ele, conta com 14 partidos (PSB, PDT, PTB, PR, PP, PCdoB, PSC, PRB, PHS, PTdoB, PSL, PSDC, PTC e PRP) e por isso conseguiu seis munitos e 55 segundos. O governador entregou ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE) uma estimativa de gastos para esta campanha de R$ 19,5 milhões. Líder do segundo maior palanque , o senador Jarbas Vasconcelos consquistou bem menos aliados do que o socialista. A coligação Pernambuco Pode Mais tem apenas cinco partidos (PMDB, PSDB, DEM, PPS e PMN), o tempo de televisão, contudo, foi semelhante: seis minutos e 10 segundos. A estimativa de gastos declarada ao TRE foi de R$ 18 milhões. Os demais partidos não coligaram. PV e PSol estimaram respectivamente gastos na cada dos R$ 4 milhões e R$ 200 mil. Além dos votos de presidente e governador, os eleitores escolherão este ano dois senadores. Os candidatos da Frente Popular são Humberto Costa (PT) e o deputado Armando Monteiro Neto (PTB), ambos líderes nas pesquisa. Na mais recente publicada pela Folha apareceram com 47,9% e 44,5%, respectivamente. Pela aliança Pernambuco Pode Mais, estão na disputa o senador Marco Maciel DEM), que é o terceiro colocado (23,7%) e o deputado Raul Jungmann (PPS), que figura em quarto (12%). Dos demais candidatos, Renê Patriota (PV) é quem figura em melhor situação, com 2,2%. Estão abaixo de 1%: Simone Fontana (PSTU), Hélio Cabral (PSTU), Danúbio Aguiar (PCB), Jerônimo Ribeiro (PSOL) e Lairsom Lucena (PRTB). Para Pernambuco estão disponíveis 25 vagas na Câmara Federal, em Brasília e outras 49 na Assembléia Legislativa. Disputam essas vagas 199 postulantes a deputado federal e 464 a estadual. Disputa pelo Senado é mais acirrada Quase sempre encoberta pelo acirramento da corrida sucessória estadual, a disputa pelas vagas no Senado fica relegada a segundo plano pelos eleitores. Em 2010, porém, foi diferente. O que se viu foi uma campanha ao Governo sem sobressaltos e carente de novidades, devido à grande diferença percentual aberta pelo governador-candidato, Eduardo Campos (PSB), sobre seu principal adversário, o senador e candidato pela quarta vez ao governo, Jarbas Vasconcelos (PMDB). Por este motivo, restou aos pernambucanos assistir ao embate entre antigos aliados: o senador Marco Maciel (DEM), que desde 1983 ocupa cadeira na Câmara Alta, e o deputado federal Armando Monteiro Neto (PTB). Isso porque o ex-secretário estadual das Cidades, Humberto Costa (PT), consolidou-se no primeiro mês de campanha como favorito a uma das duas vagas. A disputa entre Maciel e Armando Neto mostrou-se a única capaz de oferecer ao eleitor a sensação de incerteza sobre quem chegará ao Senado da República. O democrata largou na frente e conseguiu administrar a vantagem até o início do mês passado, quando o trabalhista investiu em propagandas que o associavam mais diretamente ao projeto do governador Eduardo Campos (PSB). Até o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) entrou em campo disposto a usar seu peso político e a alta aprovação entre os pernambucanos para ajudar Monteiro Neto a derrotar Maciel. Em visita ao Estado para um comício em favor de Dilva e a chapa majoritária governista, Lula partiu para o ataque, questionando a atuação do demista como senador e vice-presidente da República. Maciel, entretanto, reagiu e conquistou até algum espaço antre aliados palacianos. Prefeitos do PR, do PP e até filiados ao PSB, legenda comandada nacionalmente por Eduardo, declararam apoio a sua reeleição. O programa eleitoral foi repaginado, ganhando ares mais modernos e prestando contas dos serviços prestados ao povo pernambucano. Os dois protagonistas desta disputa chegam ao dia da votação com expectativa de uma contagem voto a voto que definirá a entrada de um outro nome no plenário do Senado ou a permanência de uma das figuras mais emblemáticas da política pernambucana. Humberto Costa chega neste domingo, após uma campanha muito distante da que vivenciou em 2006, sem ataques e acusações. Já Raul Jungmann (PPS), estreante na corrida ao Senado, precisará motivar a militância para angariar mais alguns votos. Último a entrar na corrida, abriu mão de uma possível reeleição de deputado federal e, caso não saia vitorioso, espera ser encarado como um nome competitivo da oposição para as próximas disputas majoritárias. Campanha foi marcada pelas trocas de farpas Os três meses de campanha eleitoral em Pernambuco foram marcados por intensas trocas de acusações entre os dois principais protagonistas da sucessão estadual: o governador e candidato à reeleição, Eduardo Campos (PSB), e o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB), que comandou o Estado por dois mandatos e quer chegar ao poder pela terceira vez. Acusações de cooptação, uso da máquina pública, críticas ao temperamento do concorrente e enfrentamento de militâncias foram apenas alguns dos compentes que temperaram a corrida sucessória. Ainda assim, o socialista chega ao dia da eleição como franco favorito, segundo apontam as pesquisas de intenção de voto. Jarbas, não sendo eleito, ocupará uma das poucas cadeiras que restarão aos opositores do Governo Federal no Senado. Ainda que neguem o componente histórico que marca a disputa - os dois são adversários declarados desde o início dos anos 1990 -, os pernambucanos que vão às urnas hoje demarcarão os rumos que eles deverão seguir de agora por diante. No cenário nacional, Campos vem sendo aclamado como o governador mais bem avaliado do Brasil. O neto de Miguel Arraes conquistou a aprovação dos pernambucanos, mas teve que conviver com ameaças graves ao seu “céu de brigadeiro” durante a primeira gestão. Duas denúncias de mau uso do dinheiro público ainda estão sob apuração. A primeira, envolvendo o superfaturamento de shows contratados pela Secretaria de Turismo e a segunda por suposto desvio de verbas na contratação de empresas promotoras de eventos realizados pela Fundarpe. Debandada de prefeitos teve peso no processo O senador Jarbas Vasconcelos esteve longe da campanha que desejava. Relutante em lançar-se na disputa, confirmou sua participação apenas no dia 6 de maio. Antes mesmo do “sim“, o peemedebista já enfrentou seu primeiro obstáculo: assistiu a desistência do senador Sérgio Guerra, presidente nacional do PSDB, em disputar a reeleição, o que gerou um mal-estar sem precedentes entre os oposicionistas. Durante toda a caminhada eleitoral, o senador assistiu à debandada de prefeitos aliados para o palanque socialista e, de quebra, sepultou definitivamente qualquer possibilidade de um diálogo amigável com o comandante tucano. A base jarbista chega ao dia D esfacelada, certa de que o desembarque do PSDB no Palácio do Campo das Princesas é uma questão de tempo. Com pouco material de campanha e um exército minguado, restou a Jarbas o corpo-a-corpo. Ele, entretanto, tem se mostrado firme na tentativa de desmistificar a figura do adversário que classifica como arrogante e prepotente. Na condição de coadjuvantes e bem distantes dos percentuais apresentados por Jarbas e Eduardo Campos estão Sérgio Xavier (PV) e Edilson Silva (PSOL). Este último manteve durante os três meses de campanha a linha franco atirador, que tornou-se uma característica sua durante as disputas majoritárias que participou, como a de governador em 2006 e a de prefeito do Recife, em 2008. A proposta verde de Xavier também não demonstrou conquistar o eleitorado, que mostrou-se indiferente ao discurso de sustentabilidade propagado pelo candidato.
Fonte: Folha PE
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